terça-feira, 9 de abril de 2013

PRESO LÍDER DE GRUPO QUE RECRUTAVA PORTUGUESAS PARA CASAMENTOS COM PAQUISTANESES




A Polícia espanhola prendeu esta manhã, em Barcelona, o principal líder de uma organização internacional dedicada ao tráfico de imigrantes paquistaneses para a Europa, que recorria a mulheres portuguesas para casamentos por conveniência, que eram celebrados na Dinamarca.
As investigações revelaram, ainda, que esta organização exercia, paralelamente, outra actividade ilegal, cujo “modus operandi” consistia na captação de cidadãos portugueses que viajavam para França, onde permaneciam alguns dias, por forma a que fossem abertas contas bancárias com importantes somas em dinheiro. Coordenado por um membro da organização, a partir do Reino Unido, este esquema visava ganhar a confiança das instituições bancárias para, posteriormente, serem solicitados créditos, que nunca eram pagos.
A rede começou a ser desmantelada em finais do ano passado, no decurso de uma operação conjunta das polícias de emigração portuguesa, francesa e inglesa, que culminaram na prisão de 25 membros da organização.
Em Portugal participaram na operação agentes da polícia do Reino Unido e França, bem como analistas de informação da Europol. Ao mesmo tempo estiveram elementos do SEF nesses países integrando a operação, para além de marcarem presença no centro de coordenação Eurojust/Europol, em Haia, que suportou por orçamento próprio da União Europeia todos os encargos da investigação.
O grupo criminoso recrutava homens e mulheres portugueses em situação económica precária para contraírem casamentos de conveniência em vários países do Espaço Europeu, nomeadamente em Espanha, França, Suécia, Reino Unido, Dinamarca e Alemanha, permitindo desta forma que cidadãos paquistaneses pudessem obter autorizações de residência.
Extremamente bem organizada, esta organização cobrava elevadas quantias aos imigrantes ilegais e, para além dos casamentos de conveniência e do auxílio à imigração ilegal, também comprava documentos de identificação portugueses, nomeadamente passaportes, bilhetes de identidades, cartões do cidadão e cartas de condução, que depois falsificava e vendia.
No nosso País, a operação desenrolou-se em Lisboa e na Margem Sul do Tejo, e culminou na detenção de sete suspeitos e na apreensão de documentação, computadores, telemóveis, para além de 1,5 quilos de haxixe que estava numa das residências.